Dificilmente, nesta vida, faremos a foto perfeita. Ou porque a melhor que tirámos, com o enquadramento e o momento perfeitos, ficou "tremida", ou porque aquela tecnicamente irrepreensível, afinal, não tem "alma" nenhuma. Ou até porque, naquele momento único, perfeito, passou alguém à frente (ou atrás!) e a transformou em algo inútil ou num borrão.
Por isso (e como bem disse o grande Cartier-Bresson), a melhor foto é sempre aquela que vamos fazer, e as primeiras 10 mil são as piores (e ele era do tempo do "rolo", por quanto teríamos que multiplicar hoje?). Isso dá ao fotógrafo um sentimento de expectativa, até de excitação! A procura, ou mesmo pensar nela, da foto perfeita, do momento único e irrepetível, que ele há-se chegar! Deve por isso o fotógrafo ser um eterno "buscador, um insatisfeito? Ser, por isso, o fotógrafo o seu maior crítico? Sim, mas num sentido de inconformismo, da superação, tal como devemos, de resto, ser na vida também. Mas, tal como nela, há que "ver" e viver o momento, aproveitá-lo, mesmo que, no final, ao "revelar", se note uma ou outra imperfeição "técnica". Há que, como na vida, deixarmo-nos ir e "entrarmos" em cada cenário, na sua "alma" e, com sorte, conseguiremos vê-la no resultado final. Como a vida. Por isso amo a fotografia. Eu amo a fotografia. Eu amo a vida!
Foto: Gili Trawangan, Indonésia.