O tempo

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O tempo é inexorável. A atitude que tenho perante a vida em geral é de ver as coisas com o olhar de “copo meio cheio”. É verdade, sou uma otimista incurável e nem os “abanões” que a vida me tem dado, como dá a todos, em maior ou menor medida, mudou alguma vez esta perspetiva. Tenho forte a presença da gratidão, de dar graças pelo e por quem tenho, que é tanto! Faço sempre o exercício de, quando algo não está bem, pensar no muito (e sagrado!) que sempre está, e que rezo continue assim. No entanto, no que respeita ao tempo, ao tempo das horas, dias, meses e anos tenho, como sempre tive, a tendência de o ver como “um copo meio vazio”. Quer quando estou numa conjuntura feliz, em que agradeço à minha “estrelinha” e, ao mesmo tempo, antecipo o espetro do seu fim e morro de medo que acabe; quer nos tempos de tristeza, que parecem que vão durar a vida inteira. Aquela sensação de não haver uma “luz ao fundo do túnel”. Isto não é nada de novo, já outros o disseram melhor que eu, mas causa angústia sem razão, porque acabamos por não viver bem o momento. O tempo é inexorável, sim. Sinto o quão pequena sou, que a vida é um sopro, que estivemos uma eternidade sem existir e vamos estar outra em que já não existiremos. Somos uma partícula, um dente-de-leão que se desfaz num sopro de vento, pois a vida é um sopro, esvai-se como a areia numa ampulheta.

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