Em Memória de Violeta

Vivi,

Ainda me lembro vividamente do momento em que descobri que você faria parte das nossas vidas: era 12 de outubro de 2006, dia em que é popularmente comemorado o Dia das Crianças no Brasil, e o maior presente que jamais recebi, foi a notícia de que minha mãe havia te adotado. Já tínhamos um morador felino em casa, nosso querido companheiro de pelo branco como a neve, e inteligência e cuidado singulares, o Zezé; foi também em homenagem a ele, e não apenas à família Incrível da qual tiramos a inspiração, que te nomeamos Violeta (apesar de que você que seria a irmã caçula da nossa família).

Lembro de chegar em casa e não te acharmos em lugar algum, para depois te descobrir enfiadinha num canto escuro em baixo da escada, tão pequenina, como uma bolinha de pelo. Te amei desde a primeira vez que te vi ali, e sempre amarei. Tive o prazer da sua companhia ao longo de muitos anos, Vivi boas épocas contigo, mas também Vivi períodos muito difíceis; mas se tem uma coisa que tenho certeza, é que tal qual você sempre demonstrou seu afeto e carinho de tantas formas não-verbais, é impossível eu verbalizar em palavras quão importante foi ter Vivi ao meu lado ao longo disso tudo.

Nos próximos dias fará 4 meses que você se foi, e me pego sentindo a falta da minha gatinha especialmente nos pequenos momentos da rotina que vivíamos: chegar em casa ouvindo seu miado estridente através da porta fechada, abrir a janela do banheiro pra você subir de fora e tomar água na pia, sentir seu peso deitadinha dormindo sobre minhas pernas à noite. O luto é um processo muito singular, e conforme tenho vivido mais neste Universo, venho percebendo como também tenho experienciado essa falta de formas diferentes. Adotamos dois irmãozinhos felinos há uma semana, após a família toda refletir que se sentia preparada para essa nova fase. Os dois ainda são nenês, no auge de seus 3 meses de idade, e são simplesmente as coisinhas mais puras e bagunceiras do mundo. Creio que você teria gostado de conhecer Lino Jorge e Lina Swift.

Senti muito sua falta de novo nesses primeiros dias com os pequeninos em casa, e imagino que as lembranças e saudades sempre existirão, e que bom; porque junto sempre existirão também os registros de amor pela gata mais singela que já atravessou minha vida.

Obrigado por tudo!

Arthur

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