Como tenho um parente ex-jogador da seleção brasileira e comentarista bem conhecido, vou arriscar uns palpites também. Não jogo quase nada de futebol, nem no videogame, mas comento todos os jogos para o desespero de quem assiste comigo.
É fácil comentar, olhando pela TV tudo parece muito mais simples, não é? Mas é uma característica do brasileiro, além de torcer queremos ensinar os treinadores como organizar o time e os jogadores como deveriam se posicionar em campo.
Desde o início desta Copa, ficou claro que as seleções mais tradicionais não estavam no seu melhor momento, apesar de contar com os principais jogadores em atuação nos melhores clubes.
Pra mim, a ausência de um capitão fixo na seleção brasileira explica muita coisa. Não temos liderança em campo, cada jogador tenta levar o jogo à sua maneira, não há unidade. Talento individual não basta no esporte coletivo.
O mesmo problema se aplica à seleção argentina e o principal jogador da equipe não consegue liderar e unir um dos times mais confusos da Copa. A expectativa em torno do atacante egípcio Mohamed Salah também não se confirmou e a sua seleção já se despediu sem uma vitória sequer.
Já Cristiano Ronaldo supera a expectativa, como sempre, e lidera a seleção portuguesa rumo à classificação para a próxima fase, mostrando que talento, liderança e disciplina fazem a diferença mesmo quando a equipe não é das mais fortes.
A Rússia, que dificilmente se classificaria se não fosse a dona da casa, também aposta na superação e já está na próxima fase. Talento individual é difícil de achar, mas é bonito de ver a determinação russa até mesmo na derrota para a excelente seleção uruguaia, que não costuma decepcionar seu torcedor.
Falando em esforço coletivo, vale a pena conferir as seleções da França, Croácia, México, Bélgica, Inglaterra, Colômbia, Senegal e a improvável equipe da Islândia. As últimas campeãs, Alemanha e Espanha, não empolgam. E a maior campeã de todas as Copas, menos ainda.