Estávamos então eu e esse amigo sentado em volta da fogueira e ele começa a me dizer de onde ele é, como ele começou a ir nos festivais e afins. Eu senti que ele estava construindo um discuso de confiança e ao mesmo tempo testando minhas reações. Me mantive calmo e prestei atenção em tudo que ele falava. Até que chegou o momento que ele me perguntou:
Amigo - Como você faz dinheiro pra viajar?
Eu - Ah, eu trabalho na rua, faço esses festivais, dou meus pulos.
Amigo - E o que você acha de fazer um dinheiro mais fácil? Fazer um dinheiro sem precisar de muito esforço na verdade?
Eu - Bem, eu sou adepto da lei do minimo esforço, então gosto de ganhar sem ter que fazer muita coisa.
Amigo - Então eu tenho uma proposta pra você. Mas você não pode contar pra ninguém, e precisa assumir todos os riscos. Você consegue fazer isso?
Eu - Claro!
Amigo - Então tá. Eu trabalho com um gringo que trás LSD da Europa e estamos procurando pessoas pra revender. Eu te entregaria duas cartelas, você vende, me paga e fica com o resto. Se você vender 1 cartela a outra já se paga, então você escolhe se na próxima vez você pega 3, ou se mantem o lucro.
Eu - E o risco seria se eu for pego?
Amigo - Exatamente. Você não pode falar que fui eu quem te passou, pra absolutamente ninguém.
Pixabay
E foi assim que eu adquiri minhas primeiras cartelas de LSD para venda. Lembrei daqueles amigos de Uberlândia e como eles faziam dinheiro rápido, então decidi fazer também. Afinal eu não tinha nada a perder, teria uma moeda de troca por outras drogas, e também teria o status que acompanham pessoas que tem acesso a essas substancias. Sim, num festival se você tiver a droga certa vira rei!
Peguei as duas cartelas e escondi na minha mochila dentro de livros, mas sem antes cortar um pedacinho e experimentar. Sim, era real, bem forte, e eu seria o canal de distribuição. Claro que eu não falei nada pra ninguém por um tempo, pois queria esperar sairmos do local do festival para começar as negociações.
Conseguimos uma carona pra Florianópolis no dia seguinte, mas teríamos que dividir a Família. Eu acabei aceitando o convite de uns amigos que conheci no festival pra ficar na casa deles, enquanto os outros estavam arrumando onde ficar. Mas estaríamos todos na Ilha da Magia, então tranquilamente nos encontraríamos direto. Ou foi o que pensei...
Essa é uma série que envolve minhas viagens pelo Brasil. Encontrei meus diários e resolvi compartilhar eles aqui.
- Apresentação - Inicio da série
- Capitulo Anterior - Revolution Festival
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