Continuando a história 2 do #eraumavez.
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Era uma vez...
... Uma semente chamada Sente, crescendo dentro do aconchego de uma fruta. Passava as horas ali balançando ao sabor do vento e sonhava em um dia brotar e crescer uma imensa árvore cheia de outras frutas. Talvez, quando a fruta apodrecesse e caísse ali mesmo, ela poderia encontrar aquela terra fértil onde seria fácil crescer. Eis que, um dia, foi surpreendida por um grande abalo: a fruta estava sendo rompida, despedaçada e engolida junto com a própria Sente por um grande animal. Seu sonho de se tornar uma árvore estaria acabado? Será que teria a sorte de encontrar um lugar para germinar?
A cada dentada os sonhos da pobre Sente eram abalados e encurtados, uma dor imensa crescia e rompia no seu peito, o seu fim estava perto, os seus sonhos destruídos, nada fazia sentido, tudo ficou escuro, silencioso e com o seu último suspiro gritou com todas as suas forças e começou a chorar...
Nisto, a faminta cabra parou assustada e arregalou os olhos espantada, algo gritava e chorava dentro de si e já não era o seu estômago a rugir de fome...
Então regurgitou e cuspiu aquele lamurio e foi quando, por entre os destroços da fruta, que viu uma pequena figura a soluçar.
Por alguns segundos a cabra olhou para Sente, Sente manteve-se paralisada com o medo. Aqueles olhos gigantes a olharem para si, amedrontaram-na como se de anos se tratassem. A cabra faminta e enraivecida decidiu não se chatear mais com aquela fruta e deu um coice na árvore de frutos onde Sente nasceu, para os frutos caírem e poder saciar a sua fome. Como por efeito borboleta, onde apenas o bater de asas de uma simples borboleta pode influenciar o curso natural das coisas, o ar expelido pelos frutos no momento da queda, inevitavelmente moveu Sente para um riacho. Esse riacho, em constante movimento, vai ditar o início de uma nova jornada na vida de Sente.
Continua @portugalcoin
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