Há pessoas que nos costumam dizer “tens muita sorte”! Ou nós próprios, na nossa humildade ou para mostrar gratidão quando algo nos corre bem, reagimos por vezes dizendo que tivemos sorte. Mas, tirando as probabilidades matemáticas e as nossas bençãos, às quais devemos sempre estar gratos, é mesmo caso para dizer que a sorte dá trabalho.
A sorte fazemo-la nós. Implica arriscar, sair da caixa, sofrer, empenhar-nos, deixar lastro, ser inconformados, procurar. Esgatanhar as pedras, se preciso. Para termos sorte temos, quase sempre, que sair da nossa zona de conforto, suar as estopinhas, ter jogo de cintura, enfrentar a solidão.
Ao ponto de, às vezes, quando vou dormir, pensar coisas às vezes até macabras, como poder ficar literal e eternamente sozinha num sono eterno se por acaso me der na cabeça morrer durante o sono ☺… coisas dessas que não interessam a ninguém, mas que damos por nós a pensar quando estamos MESMO sozinhos…Mas tenho sorte.
Têm sorte, para começar, todos os que contam com amigos que lhe possam valer num infortúnio. Porque a sorte dá trabalho mas há mais quem faça por ela, por isso encontramos sempre outros que saem da sua zona de conforto à procura dela.
A sorte dá trabalho.
Tem revezes, tem amargos de boca, tem o reverso da medalha.
Mas é uma espécie de destino, e até considerada seu sinónimo.
Não o destino da bola de cristal, mas aquele que está dentro de nós, a sorte que é o nosso chamamento, que temos que cumprir para sermos verdadeiramente nós próprios.
Isabel
www.isabelnolasco.com
Fotos: Lua matinal na baía de Díli, Timor-Leste.
Tiradas com a minha Canon EOS 5D MKIII.
Bom fim-de-semana, amigos!
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