DO LIXO AO LUXO: COMIDA QUE SALVAVA VIDAS . BACALHAU . SECRETO DE PORCO . LAGOSTA

Do lixo ao luxo: comida que salvava vidas

bacalhau . secreto de porco . lagosta

“O mundo dá voltas” e, no mundo culinário, podemos colocar uma pitadinha de emoção: dá reviravoltas. O motivo? A ascensão de alguns ingredientes do lixo ao luxo: Bacalhau (Portugal), Secreto de porco (Espanha), e Lagosta (Nova Escócia, Canada).

Para situarmos estes ingredientes na sua fase menos nobre, somente iremos até aos primeiros 70 anos do século passado, período que concentrou guerras, ditaduras e, claro, escassez de tudo.

Bacalhau: “fiel amigo” (Portugal)

Símbolo da identidade nacional, o bacalhau (curado em sal) não faltava à mesa do portugueses e ainda não falta, é um “vício”. No entanto, em tempos de extrema escassez alimentar e por ser barato (baratíssimo!!!), lá estava o “fiel amigo” que também cumpria o seu papel social salvando o povão da fome - e de mais de mil maneiras, diga-se de passagem.

Hoje, este peixinho saiu das cozinhas familiares e das tascas (botecos) e navega, também, nos mais luxuosos restaurantes de Portugal.

  • este texto conta a história do bacalhau e o povo português. Interessante e vale a pena dar uma olhadinha -

bacalhao
Photo credit: Bernt Rostad, VirtualHunt, CC BY

Secreto de Porco: “del cerdo se aprovecha todo hasta los andares” (Espanha)

Descartado pela fina flor da sociedade espanhola, o Secreto de Porco acabou por ser uma fonte proteica e calórica para o proletariado e para os campesinos porque tratava-se de um corte muito gordo. Em tempos muito difíceis, o jeito era aproveitar todo o porco. Não escapava nem o cérebro e, muito menos, um corte gordo como o secreto, afinal, “do porco se aproveita tudo, até o seu andar”.

Na mão dos espanhóis, o seu adorado porco se transformou em verdadeiras delícias (Jamón, eu te amo!) e, atualmente, o secreto já não é descartado, conquistou grandes apreciadores e tem preço equiparado ao do lombo, corte nobre desde sempre.

porco
Photo via on Visual hunt

Lagosta: "poor people's food" (Nova Escócia, Canadá)

O caso da Lagosta da Nova Escócia, costa atrântica canadense, tem um contexto diferente dos dois narrados anteriormente. Nesta terra, a abundância extrema foi o que ditou as regras, de uma maneira geral, e desde o século XVI. Diz-se que, por ser tão acessível, a lagosta era considerada “comida de gente pobre”. As crianças a levavam para a escola (lanche) e era uma comida do dia-a-dia.

A fama da fartura correu mundo e, hoje, a região explora o turismo “da lagosta”, que já não é tão barata e ronda os 20$/kg. Nada mal se compararmos com o resto do mundo já acostumado em degustá-la por uma pequena fortuna XD

  • texto sobre parte da história da lagosta em Nova Escócia -

lagosta
Photo via on Visual hunt


Para além destes três exemplos, vale registrar o Brasil e a sua "comida de boteco". De asquerosa residente das vitrines dos "copos sujos" e dos restaurantes dos mercados para a boquinha, bolsos e eventos "refinados" dos comensais que exigem gourmetizada exclusividade. Nem falo nado! :(


Fico por aqui e com a boca a salivar!!!
Obrigada e espero que tenham gostado!

Abraços steemitianos e até a próxima ;)

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