Sempre vivi na paz, em paz, em lugares de paz. Não sei o que é a guerra, porque nunca vivi em guerra, nunca experienciei o terror da guerra. Se calhar nem sei escrever sobre ela. Leio muito sobre a(s) guerra(s), as notícias, os refugiados. Estou informada. Mas nunca vivi um ambiente de guerra, não senti a dor excruciante de perder tudo, o terror da perseguição, que adivinho ser algo que nos atravessa as entranhas e nos aguça os instintos, de uma forma que só os animais sabem fazer.
Que baixa todos os cenários que conhecemos e mostra a destruição. Que nos priva de tudo a que estamos habituados, até aos gestos mais simples, como nos sentarmos a uma mesa e beber um copo de água. Porque deixa de haver uma e a outra. Nem sei se consigo imaginar, se é possível imaginar. Por isso respeito e tenho compaixão por todos os que nela viveram ou vivem, acolho as causas, não me dou ao luxo de ser contra os refugiados, de criticá-los. Porque quem o faz dá-se a esse luxo.
O que sei eu?! Sei que são pessoas como eu, mas que não tiveram a mesma sorte ou a oportunidade de viver em paz e na paz.
Há que ceder ao nosso espírito de solidariedade, sermos humanistas, acreditar, de uma vez por todas, que não há cidadãos de 1ª e de 2ª classe.
Somos todos humanos, somos e temos o direito de ser todos iguais.
Sei que isto pode parecer utópico, mas ninguém que nunca viveu em guerra se deve, sequer, atrever a criticar.
Isabel
www.isabelnolasco.com
Fotos: Fortaleza, Balibó, Timor-Leste.
Tiradas com a minha Canon EOS 5D MkIII e editadas em Lightroom.
Uma boa semana, amigos!
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