No capítulo anterior, contei como o Twitter simplificou muita coisa, incluindo os nomes de usuário. E como descobri o site antes dos meus parentes, garanti o sobrenome.
Até então era muito difícil encontrar o perfil de alguém em uma rede social.
– Qual é o teu perfil no Orkut?
Como era um monte de números. O jeito era dar dicas de como encontrá-lo.
– Eu sou amigo do Fulano, você conhece? Procura na lista de amigos dele. O meu nome lá está escrito assim e assado.
Se não resolvesse, tinha que apelar para as comunidades.
– Entra na comunidade Eu odeio segunda-feira, você me encontra lá.
– Tem um monte de gente com o mesmo nome que odeia segunda-feira, qual é a tua foto?
Era difícil mesmo.
– Eu estou de camiseta azul segurando uma xícara.
Quase uma tarefa de gincana. Muitos trocavam o nome, colocando mais letras e símbolos, para tentar facilitar a busca. Até que algum gênio pensou: “E se nós deixássemos os usuários personalizarem o seu nome de usuário no endereço do perfil?”
Finalmente, era só digitar ou pesquisar pelo apelido. Poderia ser o seu próprio nome ou o que a sua criatividade permitisse. Tentei o meu sobrenome e estava livre. Qualquer pessoa me acharia escrevendo apenas @casagrande.
O efeito colateral eram os dias de transmissão dos jogos de futebol na Globo. Recebia todos os xingamentos pelos comentários do @wcasagrandejr. Pois é, por algum motivo as pessoas usavam o Twitter para xingar a televisão.
Mas, a partir de agora, os nomes de usuário eram a sua identidade na Internet. E se você não garantisse o seu, alguém poderia criar um fake com o seu nome.
Muitos artistas já tinham perfil no Twitter, mas poucos conheciam o site. Quem diria que um nome de usuário seria a porta de entrada para trabalhar com um apresentador de televisão? É uma boa história para contar nos próximos capítulos.
Primeiro capítulo: Disquetes e entrevista da China
Capítulo anterior: Twitter
Próximo capítulo: @brazilians